Quando
o gerente geral do hotel que estou trabalhando estava me mostrando a break room vi uns cartazes na parede.
Ele, notando que eu lia as informações nos cartazes tratou de me explicar. Ao
término de sua explanação, sobre a qual tratou das leis trabalhistas do Reino
de Caliban, disse que eu poderia ficar tranqüilo, pois aqui as leis cuidavam
das pessoas, diferente do México ou do Brasil.
Fiquei quieto, apenas ouvi, mas encarei
aquilo como uma ofensa. O que ele sabe sobre as leis brasileiras? Sinceramente,
se você colocar na ponta do lápis, uma parte significativa das condições de
trabalho na civilização é melhor do que as da barbárie. Não é muito vantajoso
sair do Brasil ou do México para trabalhar aqui.
O salário mínimo nos Estados Unidos é de
oito dólares por hora. Este é o valor que recebo. Aqui você não tem auxílio
transporte, refeição ou de saúde. O contrato pode ser rompido por uma das
partes a qualquer momento sem nenhum ônus. Como você recebe por hora, seu
patrão pode solicitar que você trabalhe oito horas, que é o teto, o que passar
é hora extra, mas não há um mínimo de horas. Perceba que o valor que você
recebera no final do mês é incerto, pois você pode trabalhar poucas ou muitas
horas, dependendo da demanda.
Vocês podem atribuir a quem quiser. As
lutas trabalhistas da década de 20 e 30 ou a política populista de Getúlio
Vargas. O que me interessa agora é que temos relativa segurança nos trabalhos
regulares no Brasil. Todos que trabalhei até hoje me ofereceram salário, alimentação,
transporte e outros até mais benefícios como um curso de inglês por exemplo.
Sem contar as mulheres com os auxílios de maternidade e de creche.
A meu
ver ainda existe bastante coisa a ser melhorada para muita gente no Brasil. As
lutas por condições melhores estão muito distantes de findarem. Entretanto
gostaria de deixar claro: bárbaros, nós civilizados não somos escravos!
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