Esta parte dos Estados Unidos onde estou
não é a das imagens exportadas. Os bárbaros vendem apenas a imagem da cultura
deles a qual eles acreditam ser civilizada. Desde a chegada até agora encontro
apenas parceiros latinos de nossa alta civilização. Os bárbaros são minoria
entre nós aqui, talvez por isso esteja me sentindo a vontade neste lugar. Meus
colegas latinos dominam muito bem a língua dos bárbaros e isso pra mim é bom,
pois vim para cá no intuito de aprender este grosseiro linguajar e talvez
apreender mais sobre a barbárie.
A nossa língua irmã, o “português com ossos”,
o espanhol, está em toda parte. Além de toda a população, inclusive os
bárbaros, falar espanhol, ela também está em tudo. Na televisão, nos jornais,
nas ruas e mesmo nos serviços públicos. Ao menos entre nós latinos o espanhol é
triunfante. É claro que os serviços prestados aqui por nós são subalternos. Os
bárbaros são os hospedes dos hotéis e os turistas. Esta parte do país é uma
espécie de reserva de sol, porque na restante do Reino de Caliban a essas
alturas está muito frio.
Os bárbaros não caminham pelas ruas a não ser
quando estão se exercitando. No mais eles sempre estão andando em esplêndidos
carros, que umas máquinas que temos no Brasil lembram, mas não chegam nem
perto. Nos negócios e na burocracia pública eles são os chefes.
Embora eles acreditem que desta maneira nos
dominam, acredito que é ao contrário. Ao menos nesta parte do território, nós
civilizados somos a maioria. Eles estão cometendo o mesmo erro que a gloriosa
Roma. Estão permitindo que penetremos em suas fileiras e quando eles menos
esperarem, serão tomados de assalto.
2 comentários:
Bruno, cuidado com as palavras, brother!
Você bem sabe que os calibaneses são paranóicos com esse negócio de segurança e eu acho que você poderia evitar dizer algumas coisas, tal como "infiltração em fileiras".
Eles são intolerantes até com os da mesma espécie que ironizam seu modo de vida, imagine o que não fariam a um ser civilizado como você.
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