domingo, 11 de dezembro de 2011

DIA 015



   Durante cerca de dez anos estive envolvido num relacionamento com a Mary Jane. Eu a conhecia porque ela frequentava um grupo de amigos meus. Desde o inicio nossa relação foi muito divertida, muitas gargalhadas, altas viagens e diversas aventuras junto dela. Juntos, eu e Mary Jane enfrentamos diversos preconceitos, ora de amigos, ora da família. Meu pai faltou me matar quando soube de nossa relação. Embora depois fosses vencido pelo cansaço e acabou confessando ter tido um breve caso com ela na juventude.
    Minha relação com Mary Jane foi chegando ao fim quando ela começou a me atrapalhar. Ela tirava minha concentração e isto me custou cinco anos de cursinho pré-vestibular. Mas eu gostava demais da Mary Jane, ela não saia da minha mente. Então nossa relação se tornou conflituosa quando comecei a gostar mais da Branca do cabelo amarrado. Sim, eu e a Branca tínhamos um caso.
    Eu não podia levar adiante a duas relações. Com Mary Jane era paz, sossego e tranqüilidade. Com a branca era só adrenalina! Eu gostava das duas, pois cada qual era especial para um tipo de ocasião. O lugar da Mary Jane era na praia, durante o dia ou então uma ótima companhia para o vídeo game. Já a Branca era parceira da noite, muitas vezes me acompanhava até o sol raiar. Como as duas não combinavam, decide então abandoná-las.
    Toda esta historia para dizer que no Reino de Caliban já cruzei com Mary Jane duas vezes. Na primeira me fiz de desentendido e fingi não conhecê-la. Já na segunda vez trocamos olhares e bateu uma saudade. Mas por enquanto estou me fazendo de difícil. Ela esteve muitos anos em minha vida, não quero que isso se repita. A Branca eu nem vi por aqui e nem quero ver. Talvez role um flash back entre eu e a Mary Jane para saber se os ares da Califórnia lhe fazem bem. Por enquanto estou vivendo muito bem com a Loira gelada. Às vezes também dou uma escapada com aquela que matou o padre porque ninguém é de ferro...

Um comentário:

.:::_Marco_Damaceno_:::. disse...

Porra Brunão,muito leal o "jeito" como você contou da sua relação com a Mary e com a Branca, estas duas são relativamente difíceis de se relacionar mesmo né? Mas, ainda bem que a lucidez fala mais alto e no seu caso, o discernimento foi maravilhoso. Parabéns cara!

Abraço... Marquinhos!