Ser
vida loca realmente “não é fácil não”. Já perdi as contas de quantas vezes já fui
abordado em São Paulo. As revistas começaram quando eu tinha quatorze anos.
Primeiro elas eram esporádicas depois se tornaram semanais. Cheguei ao cumulo
de tomar uma geral duas vezes na mesma noite e dos mesmos policiais. Houve dois
que decoraram meu nome.
Certa vez uns amigos estavam testando umas
armas numa pedreira que havia perto de casa. Não me preocupei dos disparos
chamarem atenção e continuei lá, na minha, carburando um. Quando de repente,
eis que surgem dois coxas fardados e um ganso a paisana. Esse dia foi foda! Os
caras pisaram na minha mão, me chutarão e o caramba. No fim das contas uma mina
que estava conosco cedeu à pressão o entregou o local onde as armas estavam
escondidas. Três foram presos neste dia, eu fui liberado com mais três.
Outra ocasião na mesma pedreira do nada
aparece o jipe. Perguntamos uns aos outros se havia flagrante e todos
responderam que não. O Steve então
começou a questionar se havia b.o., se achasse ia zua, a mesma ladainha de
sempre. Para nosso azar, um mosca de padaria que estava conosco tinha uma
paranga no tênis e os ratos-cinza encontraram. Neste dia meus pais precisaram
me buscar na delegacia e o dono da erva foi para FEBEM.
Muito tempo se passou. Há tempos não tomo
nenhum enquadro. Entretanto não perdi o biótipo de marginal, pois vira e mexe
sou suspeito. Na ultima noite, retornando da loja de conveniência fui
apresentado à abordagem dos policiais bárbaros. Juro que não imaginei que isto
ocorreria aqui nos Estados Unidos. O gambé pediu meus documentos, fez algumas
perguntas, não apontou arma e me deu um sermão. Disse que eu não devo cruzar a
rua fora da faixa de pedestres!
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