Há alguns dias fui a um
restaurante com música ao vivo. Já havia estado antes e comido um hambúrguer
muito bom, estilo caseiro e com carne de verdade. Peguei uma programação em que
em um dos dias era uma noite de jazz.
Fomos os três desbravadores estudantes juntos. Não tínhamos certeza do que encontraríamos.
O ambiente bastante aconchegante. A luz
baixa e com paredes escuras. Um pequeno palco à frente com bateria, teclado e violoncelo.
Ao fundo uma máquina de chopp, degustação
gratuita! A única coisa que não atraiu muito foi o público. Tirando nós três, a
média de idade da galera devia ser setenta anos. Não sei se já escrevi sobre
isto, mas também deve ser a média da cidade. O grosso da população é de
aposentados. Isto tem limitado um tanto a diversão.
Pois bem, com lugares já reservados
sentamos de frente ao palco. Em seguida dois homens feitos e uma senhora negra
de idade sobem ao palco. Eles iniciam um aquecimento e se percebe que a senhora
canta muito bem. Eles começam a tocar. Não sou um conhecedor de jazz então me
entusiasmei com músicas que conhecia e com aquelas que a cantora chamava o
público no refrão. Música acompanhada de cerveja e comida. Tudo bom até a pausa...
Durante o intervalo a cantora passou
próximo de nossa mesa. Então a chamei e disse que era brasileiro e gostaria de
ouvir uma canção de meu país. Ela disse que poderia tentar. Quando retornou da
pausa a senhora já começou com Insensatez
(Tom Jobim\ Vinícius de Moraes) e o que já estava bom ficou fantástico. Após
mais umas músicas americanas ela me toca Corcovado
(Astrud Gilberto\Tom Jobim\João Gilberto\Stan Getz) ao meu lado uma
senhora virava os olhos e sussurrava: Antônio Carlos Jobim, 1968...
Claro que
elas foram cantadas em suas versões em inglês, mas fiquei imensamente
satisfeito com meu pedido atendido. Ver a reação das pessoas que conheciam as
músicas me pôs muito satisfeito também. Durante a execução das canções minha
pele arrepiava e sentia um orgulho tremendo de nossa cultura.
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